De manhã começa o dia, e bem cedo na manhã, para muitos ainda madrugada de domingo, já nós nos fazíamos à estrada, rumo ao Marão.
As previsões meteorológicas assim o impuseram, uma vez que se esperavam temperaturas muito acima dos 30ºC, o que, para uma caminhada de 20km, em Julho, com ascensão a três picos, todos acima dos 1300/1400m de altitude, justificando dessa forma e bem, que todos se tenham levantando da cama, por volta das cinco da manhã, para uma nova aventura ou estreia, conforme o caso, pelos trilhos agrestes da serra do Marão.
Viagem efectuada e carros aparcados, demos início à nossa marcha, pouco passava das 7:30h, hora mais que ideal para se atacar as subidas, que nos iriam levar sucessivamente aos seguintes três topos já previamente destinados, o Portal da Freita, a Senhora da Serra e a Ermida.
A primeira subida, de todas a mais vertical, quase sempre por debaixo das linhas de alta tensão, seria de todo ainda mais complicada, não estivéssemos nós bem fresquinhos e, com menor ou maior dificuldade, lá arribámos ao topo, onde moram uma eólica, uma torre de vigia e uma construção que se diz, inacabada ou em ruínas, desde os anos 40 do século XX, não se sabendo ao certo com que fim, mas para nós, o local apropriado para as primeiras fotos artísticas da manhã.
Havia agora de se descer, rumo às minas desactivadas de Maria Isabel e perto delas, pelo trilho da “escada”, se fazer a trepada inicial escalando por entre as rochas da parede até ao caminho de pé posto e ao lugar sobranceiro com vistas para o vale e para as fragas da Senhora da Serra, outro local idílico para mais uma dose de fotos artísticas e de poses equilibrísticas.
Faltava agora completar a restante subida à capela da Senhora da Serra, que encontramos de portas abertas e a aguardar os visitantes, em espacial os emigrantes, visitas frequentes durante todo o mês de Agosto, a juntar a muitos outros, como os caminheiros, os trailistas, os betetistas, os motoqueiros e ainda os que de quatro rodas lá chegam, sejam os carros ou os todo-o-terreno.
O sol já ia alto e a temperatura a aumentar, pelo que convinha atacarmos o último topo, o da Ermida, para depois se ir descendo e escolher um lugar à fresca e à sombra, para que se retemperassem as energias, com o almoço volante que todos carregaram serra acima, a juntar à muita água, que a todos ia valendo, para aliviar a sede e manter a hidratação dos corpos, já muito suados e empoeirados.
O almoço ligeiro foi reconfortante, descansado, animado com enigmas da Lília e da conversa à roda do ioga, do budismo e do tipo de alimentação, da nossa companheira coreana, Ji Won, que “massacrada” de tanta pergunta, acabou por nos confessar, que “comia de tudo”, em bom português.
A boa metade dos 20km, fez-se descendo estradões, com passagem pela curva do Eco e vistas para as paredes de escalada do Marão e depois percorreu-se parte da meia encosta da serra, voltada a Santa Marta de Penaguião, por entre árvores de folha caduca, que em tempos outonais, darão certamente outras cores aos caminhos e ao seu redor.
Pelo meio, ainda houve tempo para um abastecimento inusitado de água muito fresca, que brotando da rocha, encheu garrafas e cantis, para os compensar os últimos quatro km, terminando-se assim, uma nova caminhada no Marão.
O que ninguém estaria à espera, é que acabássemos, guiados pela Beatriz, no centro da Campeã e à mesa, provássemos as tripas aos molhos de Vila Real (os não vegetarianos, claro), regados por bebidas frescas, ao gosto de cada um.
Foi o remate final e certeiro, para o “Trilho da Beatriz”, assim denominado, de agora em diante, pelo menos entre os participantes, desta excelente caminhada.
Até à próxima caminhada.
Valdemar Freitas
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Logística e números da actividade:
Dia: 28-07-2024
Participantes sócios: 8
Estreantes no Trekking: 0
Ponto de partida e chegada: Vila Nova - Vila Real
Início da caminhada: 7:33 h
Fim da caminhada: 15:49 h
Tempo em Movimento: 5:27:05 h
Distância: 20,79 Km
Acumulado D+: 1040 m
Altitude: 950m (mínima) e 1412m (máxima)
Nível de Dificuldade: Difícil